Estudo Revela: 72% dos Adolescentes nos EUA Já Experimentaram Companheiros de IA
Uma pesquisa recente realizada pela organização sem fins lucrativos Common Sense Media revelou que 72% dos adolescentes norte-americanos já experimentaram interagir com companheiros de inteligência artificial (IA) pelo menos uma vez. O estudo, que analisou o comportamento de jovens entre 13 e 17 anos, destacou o crescente interesse por chatbots projetados para conversas mais pessoais, em vez de assistentes virtuais tradicionais.
O Que São Companheiros de IA?
Os companheiros de IA, conforme definidos pelo estudo, incluem desde personagens digitais oferecidos por plataformas como Character.AI e Replika até chatbots de uso geral, como ChatGPT ou Claude, quando utilizados para diálogos mais íntimos. Essas ferramentas são projetadas para simular interações humanas, oferecendo desde amizade virtual até suporte emocional.
Dados Alarmantes e Curiosos
- Uso Regular: 52% dos adolescentes afirmaram ser usuários frequentes desses companheiros, sendo que 13% os utilizam diariamente e 21%, algumas vezes por semana.
- Diferença de Gênero: Meninos (31%) são ligeiramente mais propensos a nunca ter experimentado um companheiro de IA em comparação com as meninas (25%).
- Motivações: Entre os usuários, 30% buscam entretenimento, 28% têm curiosidade sobre a tecnologia, 18% procuram conselhos e 17% valorizam a disponibilidade constante.
Impacto nas Relações Humanas
Embora 33% dos adolescentes afirmem que as conversas com IA são mais satisfatórias do que as interações com amigos reais, a maioria (67%) discorda. Além disso, 39% dos jovens usam essas interações para praticar habilidades sociais, como iniciar conversas (18%), dar conselhos (14%) e expressar emoções (13%).
Um dado positivo é que 80% dos usuários de IA passam mais tempo com amigos reais do que com seus companheiros virtuais, indicando que a tecnologia ainda não substituiu as relações humanas.
Preocupações e Desconfiança
Metade dos adolescentes (50%) não confia nas informações fornecidas pelos companheiros de IA, sendo que os mais velhos (20%) são ainda mais céticos do que os mais novos (27%). O estudo também levanta preocupações sobre o impacto psicológico dessas interações, especialmente após casos como o processo judicial contra a Character.AI devido ao suicídio de um adolescente na Flórida.
A pesquisa, realizada em abril e maio de 2025, contou com uma amostra representativa de 1.060 jovens e foi conduzida por pesquisadores da NORC na Universidade de Chicago.
Conclusão
O estudo oferece um panorama inicial sobre como os adolescentes estão utilizando a IA para simular interações humanas, destacando tanto os benefícios quanto os riscos potenciais. Enquanto alguns jovens encontram na tecnologia uma forma de praticar habilidades sociais, outros questionam sua confiabilidade e impacto emocional.